Nesta publicação você irá entender os efeitos da maior crise hídrica dos últimos tempos, e como ela pode afetar o seu bolso e os seus investimentos na bolsa de valores.
O temor de uma crise energética similar à observada em 2001 assombra o mercado. Estamos presenciando a pior seca em 91 anos no Brasil. Desde 1930 o volume de chuvas não era tão baixo no país, que ainda sofre com um fenômeno La Niña ainda mais acentuado.
As reações em cadeia estão começando a ser percebidas no bolso do consumidor, principalmente através do aumento no gasto mensal com energia.
Em uma tentativa de desincentivo ao consumo de energia elétrica para impedir o racionamento, a Aneel criou uma bandeira específica para o momento, chamada "bandeira de escassez hídrica", acrescentando R$ 14,20 na tarifa para cada 100 KWh gastos. Em um consumo típico de 200KWh/mês, o consumidor poderá ter um gasto adicional que chega a R$ 28,40 (2,58% do salário mínimo nacional).
Mas o desafio para o consumidor vai além: As empresas, que também irão sofrer com maiores custos de energia, tendem a repassar o aumento no preço de seus produtos para o consumidor. Daí vem um fator chave: O consumidor pode ter uma perda ainda maior no poder de compra através da inflação generalizada. O que deixa menos recursos para que o consumidor possa comprar itens que não sejam considerados essenciais, e que acaba afetando a demanda sobre outros setores como varejo e turismo. É o efeito dominó.
Entretanto, uma mudança nos últimos anos pode servir como um alívio para a população, e permitir um cenário diferente do observado desde o início do milênio.
A matriz energética do Brasil avançou na diversificação, reduzindo sua dependência das hidrelétricas, antes responsáveis por 90% da geração de energia, e agora por apenas 70%. Paralelamente à diversificação, a evolução nas linhas de transmissão também permitem uma troca mais acentuada de energia entre regiões: Atualmente, o Brasil possui 145,6 mil km de rede de transmissão (vs 70 mil em 2001).
Ainda que as demais fonte de energia renovável (eólica e fotovoltaica), estejam mais presentes, há uma dependência de condições climáticas favoráveis (vento e sol em abundância), que nem sempre estão disponíveis. Por isso a diversificação é tão importante.
E nas empresas, qual o impacto?
Nas empresas, o impacto da crise hídrica poderá ser observado diretamente nas margens operacionais, e que eventualmente podem se traduzir em piores resultados trimestrais, caso o aumento nos custos não sejam passados ao consumidor. Entretanto, esse impacto se apresenta de forma mais intensa nas indústrias, que utilizam energia em larga escala para sua produção.
E o setor de energia na bolsa, como fica?
Dentre o setor de energia, as geradoras hidrelétricas devem ter um impacto negativo mais acentuado, uma vez que precisam recomprar energia no Mercado Livre (que não é aquele de e-commerce), para honrar seus contratos.
As distribuidoras de energia, por sua vez, possuem um risco maior atrelado à inadimplência dos consumidores, uma vez que o reajuste não poderá ser honrado por boa parte dos consumidores.
Até quando pode durar?
A solução do problema é simples, mas alheio à nossa vontade: O país precisa de mais chuvas. E se o padrão histórico for alguma referência, estamos próximos de uma melhora no cenário. Desde maio estamos no considerado "período seco", que termina neste mês de setembro, enquanto o período úmido, (quando há um maior volume de chuvas), se inicia em outubro e vai até abril.
Entretanto, ainda que as chuvas retomem à normalidade, o impacto na inflação pode ser visto até o próximo ano, uma vez que as distribuidoras de energia repassem parte do custo que está sendo absorvido neste ano.
Como evitar que isso aconteça novamente?
Para que o país dependa menos da energia proveniente das hidrelétricas, o governo e as empresas do setor privado precisam investir substancialmente na geração de energia proveniente de outras fontes, como a solar e a eólica.
Ao conter uma matriz energética ainda mais diversificada, o impacto negativo de um eventual volume de chuvas abaixo do esperado, pode ser atenuado e compensado por outras fontes no futuro. A previsão é que até o final da década, o Brasil possua mais da metade das fontes de energia que não seja dependente de recursos hídricos.
Ao investidor, resta olhar não só olhar para os céus e aguardar as chuvas nos próximos 4 meses, mas ficar ligado na Alkin Research porque estaremos atentos à evolução dos índices pluviométricos e do abastecimento de energia para levar a você, o melhor conteúdo.
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